Me lembro: a luz lanosa de uma tarde vinha lhe cobrir o colo de nectarinas. Você pensava - nunca soube o que você pensava. Quando estava só parecia mais um aquário - onde o que vemos é o movimento aleatório das partículas, a superfície sensível do pensamento. E que não se ouse duvidar da ordem geométrica secreta que operava aquela máquina serena, comtemplando as formas de um besouro. Cuspia o fio de linha que lhe sobrara nos beiços enquanto cozia - pela terceira vez - uma velha calça minha. As coisas amarelas tinham seu modo de ser. E você distribuía amarelisse às crianças dos vizinhos, aos gatos que vinham pedir leite e carne moída, às chuvas sem prenúncio, aos dentes de leão.
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