o pão a carne o tempo

onde morre a vertical dourada
depois de cortar a pele azul
brumosa da minha pátria
que não é pátria

lá planeio fazer de palha
um poema

e amarei uma mulher mortalha

decepado cruzarei o sul
deste país sem nome
onde plantarei meus olhos

:

salpicado de sardas

a face cortada num dorido sol

sobre a tez de milho moreno
lá enterrarei meus mortos

e meus pés beijarão a descarnada  fronte de meu pai
e minhas mãos mapearão os veios do rosto de minha mãe
sangue pétala carvalho
o coração na caixa esperando
o fio que me liberta do imóvel
sinto pelos meus dentes que mordo
o pão
a carne
o tempo
Se eu fosse um desenhista
Faria um rato farejando uma boceta
Dois vazios se encarando
E o desgraçado do torturador
Adorando com sua caceta.


Isso aconteceu no Chile
E vai saber onde mais nas ditas cujas dita duras.


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Se um dia
Caminhando ali perto do porto
Eu encontrar a Macabéia
Lhe darei meus peixes
Para habitar seus ovários secos.


(Alexandre Magno)

outras postagens

  • 16.10.2012 - 3 Comments
    para que o poema galgasse meu CAVALO BRANCO cavei um vazio entre estes versos
  • 09.10.2013 - 0 Comments
     te apresento meus braços. …
  • 06.09.2012 - 0 Comments
    abandonando as…
  • 05.06.2013 - 0 Comments
    é possível, por exemplo que a curvatura do mar tenha o teu modo de sorrir ou brinque com os teus pássarose…
  • 03.09.2013 - 0 Comments
    dá até pra ler cagando. 1 anamnese [desomenagem às rondas ostensivas tobias aguiar] parabéns…
.
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