do rosto no branco
arenoso e movente
já sem olhos toda
garganta artéria trespassada
por um grito
de trigo
e entrega
tanto segredo sangrando
na concha das orelhas
relva luz saliva
sal as órbitas
comidas pelo verme do tempo
o mensageiro do vento
ela
prendeu entre
as pernas antes
que escapássaro todo ainda
imerso no cheiro
seus cabelos
na boca que gemia um riso mole
um nome um
teorema
o prisma do silêncio decompõe o hiato em partículas de canto
e como um animal que pressentisse amor
te e escolhesse o leito
o coração no escuro esquece
e desabita o peito
são carlos, novembro de 2011.
são carlos, novembro de 2011.