poetas póstumos

exumá-los
fumar-lhes
os miolos
atirá-los
aos tolos
como pérolas
aos poucos

esfregá-los
nas bocas
dos mornos
como sabão
para fazer
falar
palavrão

enfiá-los
nos cus
de acadêmicos
caducos
nos ralos
dos banheiros
públicos:
serpentina
de pentelhos
báquicos


cortá-los a
carne fétida

em talos
e atá-los
ao manto
dos pálidos
cânones
para depois

de tanto

estrangulá-los

com a própria
métrica
e soterrá-los
sob o

próprio
canto

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