retrato

os dentes do vento no pescoço de helise a farpa do corpo no vento sem nome lugar resina ou foda-se fazia frio não me lembro frio é um nome oco aquilo na tua pele que te queima ou excita é uma poeira mais leve uma farpa
                                                       um fiapo
                                                                       um fio

jamais estarei pronto para tua carta. ou para tua boca.
                 mas o mundo nos fodendo não me roubará o encanto de ver pela primeira vez as tuas tetas
tua ferida
              a solidão de nos saber desencontrados como membros sem um corpo

choramos certa vez pelas pombas do terminal
                                             sujas e mutiladas
hospedamos os fantasmas do pó
mas caídas as caras das cabeças
nos olhamos estranhados
e ainda ali estávamos
úmidos
            complementares
                                             vejo ainda:
         dissolvidos no ruído como grãos
nossas mãos buscando um gesto pífio
           e  nossas bocas como âncoras:
                                                              sorriem!

outras postagens

  • 24.07.2012 - 1 Comments
    todos os sintomas do cinema clássico
  • 08.03.2013 - 0 Comments
    na dança do redor em torno de sia poesia é meu modo de ficar paradoancorado no epicentro do vórticesuporto um…
  • 07.09.2012 - 3 Comments
    a velhiceé a última etapada infância
  • 06.09.2012 - 0 Comments
    abandonando as…
  • 24.02.2013 - 0 Comments
    escrevi este poema sem beleza ou rima sem pudor nem valor de mercado um poema até devo confessar sem…
.
Licença Creative Commons

Arquivo do blog