retrato

os dentes do vento no pescoço de helise a farpa do corpo no vento sem nome lugar resina ou foda-se fazia frio não me lembro frio é um nome oco aquilo na tua pele que te queima ou excita é uma poeira mais leve uma farpa
                                                       um fiapo
                                                                       um fio

jamais estarei pronto para tua carta. ou para tua boca.
                 mas o mundo nos fodendo não me roubará o encanto de ver pela primeira vez as tuas tetas
tua ferida
              a solidão de nos saber desencontrados como membros sem um corpo

choramos certa vez pelas pombas do terminal
                                             sujas e mutiladas
hospedamos os fantasmas do pó
mas caídas as caras das cabeças
nos olhamos estranhados
e ainda ali estávamos
úmidos
            complementares
                                             vejo ainda:
         dissolvidos no ruído como grãos
nossas mãos buscando um gesto pífio
           e  nossas bocas como âncoras:
                                                              sorriem!

2 comentários:

Anônimo disse...

e nossas bocas como âncoras:
sorriem!

Lindo poema, cara!

O Clavicêmbalo disse...

estava eu a comentar no teu blog agora mesmo, olha só!
e já que fui interceptado vou comentar aqui mesmo [é do poema "método"]:

o leite, fer, você dá aos gatos da rua.
a paz você enrola e fuma.
o resto é caso perdido mesmo...
abraço.

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