o pão a carne o tempo

onde morre a vertical dourada
depois de cortar a pele azul
brumosa da minha pátria
que não é pátria

lá planeio fazer de palha
um poema

e amarei uma mulher mortalha

decepado cruzarei o sul
deste país sem nome
onde plantarei meus olhos

:

salpicado de sardas

a face cortada num dorido sol

sobre a tez de milho moreno
lá enterrarei meus mortos

e meus pés beijarão a descarnada  fronte de meu pai
e minhas mãos mapearão os veios do rosto de minha mãe
sangue pétala carvalho
o coração na caixa esperando
o fio que me liberta do imóvel
sinto pelos meus dentes que mordo
o pão
a carne
o tempo

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