- ou mais uma vez é setembro

I

venho
tenho cavalos nos cabelos
atravesso a sala
você me diz cânfora
e azeite
bebo
choro
em avançado estado de alga
extraio o silêncio de cartas não escritas
e adormeço

você beija meus olhos
- pendurei meu escafandro,
diz no meu sonho
aquele que sou eu
e que se despede

II
venho
volto de um longo passeio
tenho as frontes úmidas
os olhos surrados por lírios

- me acarinha, eu digo
me dorme
cobre meus pés
pés de astronauta 

de menor abandonado
tenho cinco anos, sou um menino de rua
e sonho
- ou mais uma vez é setembro

III

um ínfimo desequilíbrio
me torna impossível
por isso venho
desde meu primeiro grito
e não anseio outra coisa que teu corpo
tua lágrima



2012

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  • 24.02.2013 - 0 Comments
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  • 30.06.2013 - 0 Comments
    Para nós, a rima é um barril. Barril de dinamite. O…
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